Hoje comemoramos a Solenidade da Santíssima Trindade. Já postei no meu blog o comentário a reflexão sobre as leituras, se quiser ler, clique no link ao lado. (https://diaconogayoso.blogspot.com/2020/06/deus-enviou-o-seu-filho-ao-mundo-para.html).
Vou fazer aqui um segundo comentário da primeira leitura, tirada do livro do Êxodo, capítulo 34,4b-6.8-9.
Essa é uma leitura interessante para nós nos dias de hoje. O povo havia feito uma aliança com Deus, um pacto, um acordo. Sair da escravidão não é uma tarefa fácil. Precisamos de ajuda. De apoio. De alguém que indique o caminho da liberdade.
Entretanto, o caminho da liberdade, ou para a liberdade, não é fácil. Tem seus percalços. É uma caminho árido, em alguns momentos. E aí, sofremos a tentação de romper o pacto, o compromisso, a aliança, pois sempre aparecerá alguém apresentando uma opção, aparentemente, mais fácil. Sem muita exigência. Sem dificuldades.
Nesse ponto da caminhada, Moisés enfrenta isso. Ele passa a ter a incompreensão do seu povo. Daqueles que deixaram a "garantia" da escravidão, e caminham para a liberdade, para a terra prometida. A terra da fartura, onde corre "leite e mel".
Conduzir um povo, uma nação, não é uma tarefa fácil. Existem muitos interesses pessoais em jogo. Existe muito interesse de grupos em jogo. Moisés se vê perdido, então. É preciso recobrar a centralidade. Ele está à frente. Não pode perder as esperanças. A concretização do projeto de Deus em libertar o seu povo, passa pela liderança de Moisés. E ele fora preparado para isso. Moisés havia adquirido formação dentro da "escola" mais importante do seu tempo, o Egito. Fora educado pelos melhores "cientistas" de sua época. E, para esse conhecimento ser completo, lhe faltava a experiência de Deus. Do Deus vivo. Do Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó. Dos patriarcas, dos pais do povo, da nação.
Feita essa experiência mística, no episódio da sarça ardente, ele foi ao encontro do povo ainda escravo no Egito.
Quando somos escravos, a função de nos libertar está nas mãos daquele que detém a nossa posse. Nesse caso, o Faraó. Entretanto, ninguém quer perder, certo? Nem o faraó. Para se manter a opulência do Egito, a mão de obra não remunerada do povo hebreu era importantíssima. Para que as classes sociais egípcias pudessem manter sua riqueza, era necessária a mão de obra dos escravos. A riqueza do Egito passavam pelas mãos dos hebreus.
Deus concretiza a libertação do seu povo. "Vi a aflição do meu povo, e vim libertá-lo". E para isso, quis precisar de Moisés. E assim foi feito.
Começa uma nova caminhada. Um novo tempo surge na vida daquele povo. Mas andar no deserto, sem rumo aparente, não é fácil. O deserto não indica direção. Para se caminhar no deserto é preciso ter confiança no seu guia. E o povo achava que essa travessia duraria apenas alguns dias, meses, ou poucos anos. Foram 40 anos de caminhada. E com todo esse tempo, alguns foram morrendo pelo caminho. Era preciso unidade. Era preciso confiar em que ia à frente.
A primeira aliança precisava ser refeita. Um novo sinal. Um novo rumo. E surge a "Lei" de Deus. Ou as leis que iriam orientar o povo no prosseguimento do caminho.
Pois bem, essa introdução serve para olharmos para a leitura do livro do Êxodo que fizemos hoje. E porquê? Vamos passar ponto a ponto.
Primeiramente, somos informados que ainda era noite quando Moisés subiu o monte. E esse monte era o Sinai. E que o Senhor havia lhe chamado. Ir ao monte significa buscar um lugar de silêncio para escutar a Deus. A noite poderia significar várias coias, mas ficarei com a representação de que não consegue ver na escuridão. Interessante notar que a única coisa que ele leva são as tábuas de pedra, onde estava encrustadas as leis da libertação.
Num segundo momento, Deus desce e permanece com Moisés. Ele reconhece essa presença. E, como já havia feito a experiência amorosa de Deus, conhece alguns atributos dele e os lembra: "Deus misericordioso e clemente, paciente, rico em bondade e fiel". Deus sempre é fiel. Ele não pode romper com sua aliança, caso contrário, não seria "misericordioso e clemente". Deus não pode perder a paciência com seu povo, mesmo que este seja infiel. Caso contrário, não seria Deus. Ele é "rico em bondade".
Então, Moisés parte para a conversa com Deus. Bem, Senhor, "se é verdade que gozo do teu favor...". Se é verdade que tu me incubistes de liderar esse povo no caminho para a libertação, "peço-te, caminha conosco". Vem em nossa auxílio. Nós somos o teu povo, tua propriedade. Não pertencemos a povos estranhos. Não rendemos culto e graça a nenhum outro Deus, apesar de alguns de nós quererem se desvirtuar do caminho. "Perdoa nossas culpas e nossos pecados". Queremos estar contigo.
Queridas e queridos, esse é o nosso Deus. Suscita no meio de nós mulheres e homens que fazem uma experiência tão profunda de Deus que são capazes de abandonar projetos pessoais para construir uma sociedade baseada na solidariedade, na fraternidade, no amor. Deus espera que estejamos sempre ao lado da vida. Deus não nos quer sendo apoiadores daqueles/as que defendem a morte, o extermínio. Deus não nos quer racistas, misóginos, homofóbicos, destruidores da natureza, do meio ambiente. Deus busca a libertação integral do ser humano.
Somos chamados a sermos um pouco de Moisés na vida das pessoas que estão o nosso lado. Que caminham conosco. Não é uma tarefa fácil. Mas, toda vez que cansarmos, lembremos que Deus está no "monte" nos esperando para renovar nossas forças. Subamos. E nos deixemos envolver por Ele ("o Senhor desceu na nuvem e permaneceu com Moisés").
Vou fazer aqui um segundo comentário da primeira leitura, tirada do livro do Êxodo, capítulo 34,4b-6.8-9.
Essa é uma leitura interessante para nós nos dias de hoje. O povo havia feito uma aliança com Deus, um pacto, um acordo. Sair da escravidão não é uma tarefa fácil. Precisamos de ajuda. De apoio. De alguém que indique o caminho da liberdade.
Entretanto, o caminho da liberdade, ou para a liberdade, não é fácil. Tem seus percalços. É uma caminho árido, em alguns momentos. E aí, sofremos a tentação de romper o pacto, o compromisso, a aliança, pois sempre aparecerá alguém apresentando uma opção, aparentemente, mais fácil. Sem muita exigência. Sem dificuldades.
Nesse ponto da caminhada, Moisés enfrenta isso. Ele passa a ter a incompreensão do seu povo. Daqueles que deixaram a "garantia" da escravidão, e caminham para a liberdade, para a terra prometida. A terra da fartura, onde corre "leite e mel".
Conduzir um povo, uma nação, não é uma tarefa fácil. Existem muitos interesses pessoais em jogo. Existe muito interesse de grupos em jogo. Moisés se vê perdido, então. É preciso recobrar a centralidade. Ele está à frente. Não pode perder as esperanças. A concretização do projeto de Deus em libertar o seu povo, passa pela liderança de Moisés. E ele fora preparado para isso. Moisés havia adquirido formação dentro da "escola" mais importante do seu tempo, o Egito. Fora educado pelos melhores "cientistas" de sua época. E, para esse conhecimento ser completo, lhe faltava a experiência de Deus. Do Deus vivo. Do Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó. Dos patriarcas, dos pais do povo, da nação.
Feita essa experiência mística, no episódio da sarça ardente, ele foi ao encontro do povo ainda escravo no Egito.
Quando somos escravos, a função de nos libertar está nas mãos daquele que detém a nossa posse. Nesse caso, o Faraó. Entretanto, ninguém quer perder, certo? Nem o faraó. Para se manter a opulência do Egito, a mão de obra não remunerada do povo hebreu era importantíssima. Para que as classes sociais egípcias pudessem manter sua riqueza, era necessária a mão de obra dos escravos. A riqueza do Egito passavam pelas mãos dos hebreus.
Deus concretiza a libertação do seu povo. "Vi a aflição do meu povo, e vim libertá-lo". E para isso, quis precisar de Moisés. E assim foi feito.
Começa uma nova caminhada. Um novo tempo surge na vida daquele povo. Mas andar no deserto, sem rumo aparente, não é fácil. O deserto não indica direção. Para se caminhar no deserto é preciso ter confiança no seu guia. E o povo achava que essa travessia duraria apenas alguns dias, meses, ou poucos anos. Foram 40 anos de caminhada. E com todo esse tempo, alguns foram morrendo pelo caminho. Era preciso unidade. Era preciso confiar em que ia à frente.
A primeira aliança precisava ser refeita. Um novo sinal. Um novo rumo. E surge a "Lei" de Deus. Ou as leis que iriam orientar o povo no prosseguimento do caminho.
Pois bem, essa introdução serve para olharmos para a leitura do livro do Êxodo que fizemos hoje. E porquê? Vamos passar ponto a ponto.
Primeiramente, somos informados que ainda era noite quando Moisés subiu o monte. E esse monte era o Sinai. E que o Senhor havia lhe chamado. Ir ao monte significa buscar um lugar de silêncio para escutar a Deus. A noite poderia significar várias coias, mas ficarei com a representação de que não consegue ver na escuridão. Interessante notar que a única coisa que ele leva são as tábuas de pedra, onde estava encrustadas as leis da libertação.
Num segundo momento, Deus desce e permanece com Moisés. Ele reconhece essa presença. E, como já havia feito a experiência amorosa de Deus, conhece alguns atributos dele e os lembra: "Deus misericordioso e clemente, paciente, rico em bondade e fiel". Deus sempre é fiel. Ele não pode romper com sua aliança, caso contrário, não seria "misericordioso e clemente". Deus não pode perder a paciência com seu povo, mesmo que este seja infiel. Caso contrário, não seria Deus. Ele é "rico em bondade".
Então, Moisés parte para a conversa com Deus. Bem, Senhor, "se é verdade que gozo do teu favor...". Se é verdade que tu me incubistes de liderar esse povo no caminho para a libertação, "peço-te, caminha conosco". Vem em nossa auxílio. Nós somos o teu povo, tua propriedade. Não pertencemos a povos estranhos. Não rendemos culto e graça a nenhum outro Deus, apesar de alguns de nós quererem se desvirtuar do caminho. "Perdoa nossas culpas e nossos pecados". Queremos estar contigo.
Queridas e queridos, esse é o nosso Deus. Suscita no meio de nós mulheres e homens que fazem uma experiência tão profunda de Deus que são capazes de abandonar projetos pessoais para construir uma sociedade baseada na solidariedade, na fraternidade, no amor. Deus espera que estejamos sempre ao lado da vida. Deus não nos quer sendo apoiadores daqueles/as que defendem a morte, o extermínio. Deus não nos quer racistas, misóginos, homofóbicos, destruidores da natureza, do meio ambiente. Deus busca a libertação integral do ser humano.
Somos chamados a sermos um pouco de Moisés na vida das pessoas que estão o nosso lado. Que caminham conosco. Não é uma tarefa fácil. Mas, toda vez que cansarmos, lembremos que Deus está no "monte" nos esperando para renovar nossas forças. Subamos. E nos deixemos envolver por Ele ("o Senhor desceu na nuvem e permaneceu com Moisés").
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